Revisando um texto hoje, me deparei com uma palavra que me sacudiu por dentro.
Li assim: [...] coloca em cheque a situação dos [...].
Como assim?
Lá fui eu no Houaiss e há:
cheque - a folhinha que gera dinheiro
xeque - jogada no xadrez
colocar em xeque - expressão de dúvida.
Claro, colocar em XEQUE é testar, provocar dúvida.
Bom parar para pensar e retomar nosso blog, certo?
terça-feira, 25 de setembro de 2012
terça-feira, 26 de abril de 2011
Uma questão de entretenimento.
23rd February 2011
Ontem à noite, navegando, li o seguinte comentário:
“Tenho que admitir que BBB me entrete.”.
Não sei o que causa confusão nesse caso. Tudo bem que o verbo ENTRETER não seja muito popular, mas não há nele dificuldade de conjugação. Basta “colarmos” do nosso muito conhecido e desejado verbo TER.
Se você diz: eu tenho, diga: eu entreTENHO.
Se você diz: nós teríamos, diga: nós entreTERÍAMOS.
E por aí vai até que cheguemos ao “ele tem” e, portanto, ao “ele entreTEM”.
Simples, não?
Bom entretenimento pra todos. E quanto ao BBB… Ah, vai me dizer que você nunca deu “uma espiadinha”…
domingo, 13 de março de 2011
Hey, you!
Bem, pessoas, já que uma colega da Universidade me interrogou sobre o vocativo, lá vamos nós.
De forma bem simples, querido leitor, o vocativo é o chamamento. Quando você se dirige a alguém é um vocativo.
Por exemplo:
No parágrafo acima utilizei dois vocativos: pessoas e querido leitor.
Observe que o vocativo sempre vem entre vírgulas, seja no início, no meio ou no final da frase.
Tenho observado que seu uso, principalmente em situações informais como o email e o twitter, está desaparecendo.
Gramaticalmente, seria:
Bem-vindo, fulano.
Bom dia, pessoa.
Então, caros alunos, vamos...
Certo, gente?
Postado originalmente em http://blogdachrisletras.blogspot.com/
De forma bem simples, querido leitor, o vocativo é o chamamento. Quando você se dirige a alguém é um vocativo.
Por exemplo:
No parágrafo acima utilizei dois vocativos: pessoas e querido leitor.
Observe que o vocativo sempre vem entre vírgulas, seja no início, no meio ou no final da frase.
Tenho observado que seu uso, principalmente em situações informais como o email e o twitter, está desaparecendo.
Gramaticalmente, seria:
Bem-vindo, fulano.
Bom dia, pessoa.
Então, caros alunos, vamos...
Certo, gente?
Postado originalmente em http://blogdachrisletras.blogspot.com/
domingo, 20 de fevereiro de 2011
Vamos concordar que...
Saí à caça de erros e nem precisei ir muito longe. Na minha TL mesmo esbarrei com um post que falava de um site que possibilita a leitura de DM’s de quem quer que seja. E li a pérola:
“Alguem ai ja invadiam minha privacidade e leu…”.
Bem, vou fingir que não vi que as palavras “alguém”, “aí” e “já” estão sem acento, até porque há certos teclados cuja configuração de acentos leva seus usuários à loucura, né?
Mas o caso aqui é a bagunça que foi feita com a concordância.
Vamos lá!
“Alguém” é um pronome indefinido que SEMPRE está no singular. Portanto, o verbo que o acompanha tem que estar, também, no singular.
“Invadiam” é a forma correta para a 3ª. pessoa do plural, no pretérito imperfeito, do verbo invadir.
Você nem precisa saber desses detalhes, basta perceber que, se um é singular e o outro plural, não concordam.
Daí, o correto seria, é claro: “Alguém aí já invadiu minha privacidade e leu…”.
Ainda assim, acho que o que mais me preocupa nesse caso é a inviolabilidade de minhas DM’s. Vou lá deletá-las.
(Publicado tb no http://hospitaldotexto.tumblr.com/)
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
Língua escrita x língua falada
Acredito já ter comentado aqui o fato de que escreve-se diferente do que se fala. E isso não é atestado empiricamente por mim. Marcos Bagno, Mário Perini, Ataliba Castilho falam disso.
Temos, principalmente no Brasil, uma separação gritante entre a língua que se escreve e a língua que se fala. Suponho eu que essa diferença seja pela falta de escolarização de qualidade da população, mas isso não vem ao caso agora.
Existem estudos, principalmente a Gramática do Português Falado organizada por Castilho, que mostra como funciona a língua falada, que suas diferenças em relação à língua escrita não são um erro (afinal, milhões de pessoas falam assim).
Concordo com tudo isso, espero que a gramática normativa adeque-se ao a gente, as menina, tu vai ir.
No entanto, ao ler o jornal online esta manhã, vi algo que me chocou. Não sei se foi um súbito puritanismo ou o indício de uma revolução.
No http://www.clicrbs.com.br/rs/ li a manchete de uma matéria e estava escrito Capital
DMLU atribui ao feriado de Natal os atraso na coleta do lixo e pensei em algumas possibilidades: estão adaptando-se à gramática do português falado? - dificilmente. Erro de digitação (contribuição via facebook)? - possível, mas o redator tem a obrigação de revisar o próprio texto, já que até onde eu sei não há um revisor geral. Deslize do redator ao transpor sua língua falada para a língua escrita em um jornal online de grande acesso? - plausível.
Isso me leva a pensar nas mudanças (positivas a meu ver) que podem estar ocorrendo. Aceitar a mudança no paradigma verbal e na concordância de número que ocorre na língua falada faz com que a população sinta-se sabendo a língua portuguesa, algo que lhes foi negado por séculos.
Isso traz mudanças políticas e sociais benéficas aos excluidos e marginalizados.
Pode ser uma utopia, mas o deslize desse redator sucita uma discussão profunda no ensino do país.
Temos, principalmente no Brasil, uma separação gritante entre a língua que se escreve e a língua que se fala. Suponho eu que essa diferença seja pela falta de escolarização de qualidade da população, mas isso não vem ao caso agora.
Existem estudos, principalmente a Gramática do Português Falado organizada por Castilho, que mostra como funciona a língua falada, que suas diferenças em relação à língua escrita não são um erro (afinal, milhões de pessoas falam assim).
Concordo com tudo isso, espero que a gramática normativa adeque-se ao a gente, as menina, tu vai ir.
No entanto, ao ler o jornal online esta manhã, vi algo que me chocou. Não sei se foi um súbito puritanismo ou o indício de uma revolução.
No http://www.clicrbs.com.br/rs/ li a manchete de uma matéria e estava escrito Capital
DMLU atribui ao feriado de Natal os atraso na coleta do lixo e pensei em algumas possibilidades: estão adaptando-se à gramática do português falado? - dificilmente. Erro de digitação (contribuição via facebook)? - possível, mas o redator tem a obrigação de revisar o próprio texto, já que até onde eu sei não há um revisor geral. Deslize do redator ao transpor sua língua falada para a língua escrita em um jornal online de grande acesso? - plausível.
Isso me leva a pensar nas mudanças (positivas a meu ver) que podem estar ocorrendo. Aceitar a mudança no paradigma verbal e na concordância de número que ocorre na língua falada faz com que a população sinta-se sabendo a língua portuguesa, algo que lhes foi negado por séculos.
Isso traz mudanças políticas e sociais benéficas aos excluidos e marginalizados.
Pode ser uma utopia, mas o deslize desse redator sucita uma discussão profunda no ensino do país.
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Prosódia
Estava em Fórtalêza (é como pronunciam lá) e notei que além do ritmo de vida ser mais devagar por ser uma cidade litorânea, de clima ameno, sempre com uma brisa agradável, a fala dos habitantes também tem uma vagareza peculiar.
Observando e pensando com meus botões, criei a hipótese de que o fato de colocarem duas sílabas tônicas em uma mesma palavra deve-se à velocidade da fala. Como as sílabas são mais compridas (não cumpridas) é necessário mais sílabas tônicas. Isso porque na Nossa Língua Portuguesa as palavras tem a tonicidade na última, penúltima ou antepenúltima sílaba - do fim para o começo - e não temos, como há no espanhol, palavras com acento tônico na quarta sílaba. Por isso, como os nordestinos falam devagar, dividem a palavra em duas na cadeia da fala. Ficando assim Fórtalêza, sémâna e por aí vai.
Dá uma préguiiiiça.
Observando e pensando com meus botões, criei a hipótese de que o fato de colocarem duas sílabas tônicas em uma mesma palavra deve-se à velocidade da fala. Como as sílabas são mais compridas (não cumpridas) é necessário mais sílabas tônicas. Isso porque na Nossa Língua Portuguesa as palavras tem a tonicidade na última, penúltima ou antepenúltima sílaba - do fim para o começo - e não temos, como há no espanhol, palavras com acento tônico na quarta sílaba. Por isso, como os nordestinos falam devagar, dividem a palavra em duas na cadeia da fala. Ficando assim Fórtalêza, sémâna e por aí vai.
Dá uma préguiiiiça.
sábado, 4 de setembro de 2010
Errado?
Na internet surgiu uma nova forma de escrever: seja por abreviatura (ver post anterior),
seja com neologismos (palavras inventadas) ou por gírias.
Essa nova forma de escrita vem sendo chamada de Internetês. E há variações,
como em toda linguagem verbal: há o miguxês (coisa que não entendo), por exemplo. Linguagem que representa um grupo.
No Twitter há algumas formas que chamam a atenção. E são feitas para isso mesmo.
Há o LEIÃO, CORRÃO, por exemplo. Quem escreve sabe que a forma é leiam e corram,
mas escreve assim para chamar a atenção do leitor. Não é, portanto, dentro do
contexto da internet, um erro. É uma questão de estilística.
Portanto, escreva à vontade, comunique-se, mas de uma forma que seu
leitor entenda.
seja com neologismos (palavras inventadas) ou por gírias.
Essa nova forma de escrita vem sendo chamada de Internetês. E há variações,
como em toda linguagem verbal: há o miguxês (coisa que não entendo), por exemplo. Linguagem que representa um grupo.
No Twitter há algumas formas que chamam a atenção. E são feitas para isso mesmo.
Há o LEIÃO, CORRÃO, por exemplo. Quem escreve sabe que a forma é leiam e corram,
mas escreve assim para chamar a atenção do leitor. Não é, portanto, dentro do
contexto da internet, um erro. É uma questão de estilística.
Portanto, escreva à vontade, comunique-se, mas de uma forma que seu
leitor entenda.
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