quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Língua escrita x língua falada

Acredito já ter comentado aqui o fato de que escreve-se diferente do que se fala. E isso não é atestado empiricamente por mim. Marcos Bagno, Mário Perini, Ataliba Castilho falam disso.
Temos, principalmente no Brasil, uma separação gritante entre a língua que se escreve e a língua que se fala. Suponho eu que essa diferença seja pela falta de escolarização de qualidade da população, mas isso não vem ao caso agora.
Existem estudos, principalmente a Gramática do Português Falado organizada por Castilho, que mostra como funciona a língua falada, que suas diferenças em relação à língua escrita não são um erro (afinal, milhões de pessoas falam assim).
Concordo com tudo isso, espero que a gramática normativa adeque-se ao a gente, as menina, tu vai ir.
No entanto, ao ler o jornal online esta manhã, vi algo que me chocou. Não sei se foi um súbito puritanismo ou o indício de uma revolução.


No http://www.clicrbs.com.br/rs/ li a manchete de uma matéria e estava escrito Capital
DMLU atribui ao feriado de Natal os atraso na coleta do lixo
e pensei em algumas possibilidades: estão adaptando-se à gramática do português falado? - dificilmente. Erro de digitação (contribuição via facebook)? - possível, mas o redator tem a obrigação de revisar o próprio texto, já que até onde eu sei não há um revisor geral. Deslize do redator ao transpor sua língua falada para a língua escrita em um jornal online de grande acesso? - plausível.

Isso me leva a pensar nas mudanças (positivas a meu ver) que podem estar ocorrendo. Aceitar a mudança no paradigma verbal e na concordância de número que ocorre na língua falada faz com que a população sinta-se sabendo a língua portuguesa, algo que lhes foi negado por séculos.
Isso traz mudanças políticas e sociais benéficas aos excluidos e marginalizados.

Pode ser uma utopia, mas o deslize desse redator sucita uma discussão profunda no ensino do país.




quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Prosódia

Estava em Fórtalêza (é como pronunciam lá) e notei que além do ritmo de vida ser mais devagar por ser uma cidade litorânea, de clima ameno, sempre com uma brisa agradável, a fala dos habitantes também tem uma vagareza peculiar.
Observando e pensando com meus botões, criei a hipótese de que o fato de colocarem duas sílabas tônicas em uma mesma palavra deve-se à velocidade da fala. Como as sílabas são mais compridas (não cumpridas) é necessário mais sílabas tônicas. Isso porque na Nossa Língua Portuguesa as palavras tem a tonicidade na última, penúltima ou antepenúltima sílaba - do fim para o começo - e não temos, como há no espanhol, palavras com acento tônico na quarta sílaba. Por isso, como os nordestinos falam devagar, dividem a palavra em duas na cadeia da fala. Ficando assim Fórtalêza, sémâna e por aí vai.
Dá uma préguiiiiça.

sábado, 4 de setembro de 2010

Errado?

Na internet surgiu uma nova forma de escrever: seja por abreviatura (ver post anterior),
seja com neologismos (palavras inventadas) ou por gírias.
Essa nova forma de escrita vem sendo chamada de Internetês. E há variações,
como em toda linguagem verbal: há o miguxês (coisa que não entendo), por exemplo. Linguagem que representa um grupo.
No Twitter há algumas formas que chamam a atenção. E são feitas para isso mesmo.
Há o LEIÃO, CORRÃO, por exemplo. Quem escreve sabe que a forma é leiam e corram,
mas escreve assim para chamar a atenção do leitor. Não é, portanto, dentro do
contexto da internet, um erro. É uma questão de estilística.
Portanto, escreva à vontade, comunique-se, mas de uma forma que seu
leitor entenda.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Em terra de Twitter quem abrevia é rei!

A velocidade com que o mundo gira hoje, aliada à praticidade, dá o tom da comunicação na internet. Com o crescimento do Twitter, onde cada post – ou tweet – tem um limite máximo de 140 caracteres, vemos – quase – o nascer de um novo idioma, pois passa a ser extremamente necessário usar abreviações.
E o povo é criativo, viu?!
É um tal de pq ("por que" nas suas diferentes formas), tb (também), vc (você) e muitas outras.
Eu, particularmente, adoro isso! Acho super prático. Porém, ressalto que só é aceitável na comunicação informal. Não vamos sair abreviando tudo por aí, não, ok?
Os mais comuns são: qq = qualquer, msm = mesmo, bj = beijo, mt = muito, q = que, tto = tanto, gde = grande, n = não, hj = hoje...
Muito comum e engraçado, pelas suas variações, são as soluções que são dadas para expressar risadas. É um tal de: kkkkkkk, rsssss, ashuashuas, hahaha, hehehe, rsrsrsrsrs e por aí vai...
Porém, o que mais me diverte são as palavras inventadas como: azamigas, môgezuis, oke, ômi... Mas nenhuma, nenhuma mesmo, é mais criativa do que "bagarai". Chega a tornar o termo tão chulo, tão feio, em algo elegante... Eu adoro!
E você, como ri na internet? Quais as palavras inventadas que te divertem? Quais as abreviações que você mais usa?
Compartilhe conosco!

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Hidratando a palavra

Todos riem quando encontram alguns assassinatos de nossa língua pátria. Eu também, é claro!
Mas sempre fico me perguntando o que leva uma pessoa a cometer o tal erro. E eu não estou falando de erros de digitação ou pequenos enganos que qualquer um comete na correria de sempre. Estou me referindo a coisas desse tipo:

“também é ótima pra idratar (...)
creme idratante  (...)”

Isso está num post de um determinado blog, assinado por uma estudante universitária.
O acesso ao ensino superior só é permitido a quem já concluiu o Ensino Médio. Pressupõe-se que tenha estudado, no mínimo, 12 anos de Português.
E se eu disser para vocês que a pessoa em questão é estudante de Estética e vendedora de produtos de beleza, portanto, acostumadíssima a ler a palavra HIDRATANTE ou HIDRATAR???
Não vou nem começar a falar sobre o quanto é falho o sistema educacional brasileiro. Todos sabem...
Uma coisa são as abreviaturas da internet, outra é a falta ou troca de letras por má alfabetização. Não há sentido nenhum em escrever "idratar". Que, aliás, escreve-se com "h" porque vem do grego: húdór, húdatos 'água' (Dicionário Houaiss).
Sendo assim, avisamos: não comprem, nunca, um creme IDRATANTE, não deixem chegar perto de sua pele nada que prometa IDRATAR, ok?

Traduzindo a Rede também é um serviço de utilidade pública...

domingo, 29 de agosto de 2010

Pode errar, a gente corrige!

“Agente tá muito encomodado com as coisa que andão escreveno puraí. Agente fica indiguinado mesmo! Então agente resolveu deicha de priguissa e monta esse blog pra nóis se diverti.”

A cada dia que passa, os erros de linguagem escrita cometidos na grande rede chamam mais a nossa atenção. E não pense você que errar é “privilégio” dos adolescentes, estudantes, como a grande maioria pensa e externa.
Tem sido muito comum encontrar erros, dos mais leves aos mais graves, até mesmo em sites de notícias, escritos por jornalistas.
As redes sociais, então, essas nos trazem farto material...
E é claro que não estamos falando aqui de linguagem formal, porque acredito que ninguém, em sã consciência, espera que sejam usadas mesóclises e mesuras em posts, tweets e outros meios de comunicação virtual.Queremos mostrar que escrever de uma forma que os outros entendam é o primeiro passo para a comunicação. Por isso a ideia de tradução. Não vamos interferir em figuras de linguagem, gírias e outras formas de expressão do chamado internetês. Também não somos militantes do preconceito linguístico. Por isso ressaltamos nosso foco na forma.
Pensando nisso, nós duas, Vania (@VLSaT) e Chris (@chrisletras), revisoras, que nos conhecemos pelo Twitter e só virtualmente, já que uma mora no Rio e outra em Santa Catarina, tivemos a ideia do blog como uma forma de comentar e analisar alguns erros mais frequentes que encontramos por aqui. Alguns parecem até um novo idioma, sentimento que inspirou o título do blog.
Queremos deixar claro que nosso objetivo aqui não é de constranger ou causar dano a quem quer que seja, muito pelo contrário. Antes, esperamos contribuir com aqueles que têm dúvidas e gostariam de dissipá-las. Por isso, preservaremos sempre a autoria das citações que usaremos como exemplos. Nossa intenção é lúdica e educativa. Vamos reescrever o que é postado no Twitter, em blogs e sites pela www, indicando a forma ortográfica e gramaticalmente correta.
Nosso background já é uma mostra do que vem por aí.


Aproveitem, divirtam-se, comentem e – por que não? – aprendam um pouquinho.
Abraço,
Vania e Chris

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Facilitando a sua vida na internet

Não somos o google tradutor, mas se você não entende o que lê por aí em alguns tweets e blogs mande pra nós que traduzimos!
E de graça!